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Oz dentro de nóz!

Teaser de Wicked the Musical

Teaser de Wicked the Musical

A vida é como um quebra-cabeça. Ao longo da nossa jornada vamos coletando peças soltas e que muitas vezes não as valorizamos por – naquele momento – simplesmente não fazer sentido, ou não nos chamar atenção. Eu sou a favor de guardar tudo…. momentos, pessoas, experiências, situações, emoções, lembranças…. coloco no quartinho da bagunça e sei que a qualquer momento posso entrar e pescar alguma coisa para, então, fazer sentido…. ressignificar!

Assim aconteceu recentemente…… o que parecia um filmezinho bobo, lá para distrair a mente… virou uma reflexão sobre  O Maravilhoso Mundo que somos nós mesmos….

Eu não li nenhum dos 14 livros de L. Frank Baum. Mas desde 1900 o enredo de O Maravilhoso Mágico de OZ inspira muita gente e não só crianças, que digam os outros autores que publicaram mais 26 obras baseadas em OZ. E quanto a mim não foi diferente, no quesito inspiração…

Mas o filme lançado pela Disney, 73 anos depois depois da primeira versão,  tirou o foco do protagonismo clássico da Dorothy Ventania (Dorothy Gale, no original) e seus amigos…. E isso me chamou atenção… Como podemos ter várias histórias dentro de uma mesma história…? Como é possível, ao mudar o olhar sobre uma mesma situação, enxergar formas diferentes…? Esse mistério nos intriga uma vez que questiona nossas próprias verdades… O copo está meio cheio ou meio vazio, não é mesmo?

Mas naquela sala de cinema, passeando pela cidade de Esmeralda, matava a saudade de Glinda, ao mesmo tempo em que me perguntava por que mudaram o nome da bruxa do Oeste! Onde estava Elphaba? (falha imperdoável).

Então me remeti a uma história não contada sobre a Terra de Oz, Wicked – um livro escrito por Gregory Maguire (um daqueles 26) que narra o relacionamento entre a bruxa boa e a bruxa má… muito antes de Dorothy e do Mágico…

Eu conheci essa história na Broadway (NY/2007), produzida por Stephen Schwartz (Godspell, Pocahontas), o espetáculo estrelado por Idina Menzel e Kirtin Chenoweth rendeu nada menos de 35 prêmios, sendo 3 Tonys (o Oscar da Broadway) e está em cartaz até hoje e também rodando o mundo com outro Cast….

Mas voltando ao roteiro…. juntei todas essas peças, algumas de 2007, outras de 2013… e vi que dava para construir um sentido…o de que Existe uma OZ dentro de nós… uma terra onde habita a bondade e a maldade em  um intenso conflito…. Mas nessa terra também, tem balões coloridos, sonhos, desejos, alegria…. e me lembrei de uma música que marcou a minha vida nesse espetáculo: For Good, cantada no momento em que a bruxa má resolve acreditar na sua própria humanidade e se render a bondade que habita nela…. Talvez eu contando assim parece simples… Mas Elphaba era verde…. nasceu diferente e a diferença dela era explicita. Imagina quanto sofrimento internalizado por não ser como as outras pessoas, se sentir inferior…. Talvez a maldade de Elphaba seja apenas para se defender… E quanta coragem ela precisou para assumir suas falhas, mudar… se humilhar….?!

No fundo não estamos tão distantes da fábula. A verdade é que ninguém é 100% Glinda ou Elphaba…  Mas podemos dar sentido às coisas… podemos dar sentido a nós mesmos… Podemos construir nosso próprio caminho de tijolos dourados….

Peguei a tradução da letra que retrata um pouco disse que estou escrevendo:

(FOR GOOD)

Eu sou limitada:

Olhe para mim – Eu sou limitada

E olhe para você –

Você pode fazer tudo o que eu não pude fazer…

 

Eu ouvi dizer

Que as pessoas entram em nossa vida por uma razão

Trazendo algo que devemos aprender

E somos levados

Àqueles que nos ajudam mais a crescer

Se os permitimos

E os ajudarmos também.

Bem, eu não sei se eu acredito nisso,

Mas eu sei que eu sou quem eu sou hoje

Porque eu te conheci.

 

Quem pode dizer se eu mudei pra melhor?

Mas porque eu te conheci

Eu mudei.. para sempre.

 

Pode até ser que não nos encontremos novamente nessa vida,

Então deixe-me dizer antes de nos separarmos

Muito de mim é feito do que eu aprendi com você.

 

Você estará comigo Como uma marca no meu coração.

E agora não importa como nossas histórias terminem

Eu sei que você reescreveu a minha

Por ter sido minha amiga:

 

 Confira abaixo o video gravado do Espetáculo Wicked com Idina, foi a ultima apresentação da Kirstin (o choro foi real) Cantando For Good:

Encontrei um video da Idina fazendo uma apresentação na Casa Branca, com um mash up da trilha sonora de Wicked. Procurem no Youtube a Musica Defying Gravity, é bem legal!

Porque Glee ganhou Globo de Ouro ?

Desde que eu soube que Glee tinha recebido o Globo de Ouro 2010, de Melhor Seriado de Comédia, vencendo “30 Rock”, “Entourage”, “The Office” e “Modern Family”. Achei no mínimo ridículo. E agora (após ter terminado de assistir a primeira temporada de Glee) estou mais certo disso!  Definitivamente não foi justo! No mês passado eu fiz um post sobre o Seriado Modern Family, https://renatolalonge.wordpress.com/2010/01/06/modern-family-%E2%80%93-seriado/ que é sim, hoje o melhor seriado de comédia da TV Americana (produção, texto, atores, roteiros, etc…)

Não que eu seja melhor que o júri do Globo de Ouro, tampouco tenho o dinheiro e a força da FOX (produtora de Glee), mas eu resisti e consegui assistir os 13 episódios da primeira temporada de Glee…. Eu não desejo que o seriado acabe (já confirmaram segunda temporada), mas deixe-o quieto, é um entretenimento colorido e musicalizado… não faz mal a ninguém, mas ganhar Globo de Ouro? A frente de Modern Family ? Ai já são outros quinhentos….

Eu confesso que tento compreender qual foi a linha de raciocínio da academia para tal premiação… De longe Glee é uma mistura de High School Musical com repertório de Mudança de Hábito 2, com o figurino de Hair Spray e mergulhados nos musicais da Broadway ((não é difícil imaginar que ele foi feito com objetivo comercial…. virar musical, vender cd, etc))

Mas, com muito esforço, dá para render certo elogio, após uma ótica mais humanizada. Glee mostra uma versão fragilizada dos americanos (vale lembrar que os americanos fazem seriados para o próprio umbigo)… Dessa forma Glee mostra as fraquezas do Empire State: os personagens como a própria série chama, nada mais são que Loosers (perdedores). O roteiro evidencia sempre os pré-conceitos americanos…. mostra as mazelas sociais com as minorias, valores, etc…. A construção de cada personagem foi pensada para destruir a imagem que os Estados Unidos venderam, deles mesmos, para o mundo. Mas, por outro lado, a série tampouco se preocupa em passar qualquer sátira ou crítica política. Não dá para entender qual é o público alvo. As edições são péssimas, o roteiro é fraco. Depois de 13 capítulos Glee ainda não diz a que veio. E eu não vou mais assistir!

Breve Resumo:

O elenco principal se resume hein: Will Schuester – um professor de espanhol que carrega a frustração de ter sido um insucesso na época de estudante, tem um casamento desmoronando e se joga de cabeça no coral, é feio, de cabelo enrolado, franzino e faz muitas caretas, embora faça o papel de herói,  rompe com os padrões soberanos da beleza anglo-saxônica.  Enfrenta a perseguição da treinadora das líderes de torcida, Sue Sylvester (a melhor personagem da série), com grande repressão aos conflitos sexuais internos e narcísicos, jogando sujo sem escrúpulos para conseguir o que quer. Dentro do Coral temos:

Rachel Berry – é a melhor cantora, porém não é nada sexy, nem popular. Do contrário a que tem a melhor voz é a é a chata da turma.

Finn Hudson – Primeiro Quarterback burro e desengonçado da história dos seriados americanos. É o líder do football, namora a garota a líder de torcida (Quinn), faz o papel de galã, mas sem sex appeal, nem charme.

Quinn Fabray – É a líder de torcida mais sem sal que existe. Sem expressão.

Noah “Puck” Puckerman – judeu que usa moicano e gosta de transar com as mães dos amigos.

Kurt Hummel – Gay extremamente afetado e estereotipado que sofre sim de preconceito no pais da liberdade!

Mercedes Jones – A negra, gorda, pobre, que é zuada… tem um grande talento, mas culturalmente será backing vocal (((Eu já acho que ela salva os musicais. By the way sabia que a atriz foi rejeitada na seletiva do American Idol)))

Ainda tem uma japonesa que é gaga,Tina Cohen-Chang; um cadeirante orelhudo, Artie Abrams; uma latina, Santana Lopez…..