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Os 5 estágios do LUTO

A Biologia define o ciclo da Vida em quatro estágios: Nascer – Crescer – Reproduzir – Morrer. Porém, a morte é tão complexa que precisa de outros 5 estágios: Negação – Raiva – Barganha – Depressão – Aceitação (NRBDA).

Vamos chamar a morte de LUTO e entendê-lo como um Ritual de Passagem. Afinal, em vários momentos vivenciamos esse luto, ainda que no dia seguinte continuemos respirando. O Luto pode ser a perda de um amor, o fim de um relacionamento, ou até mesmo uma derrota esportiva ou profissional.

O Modelo chamado de Kübler-Ross propõe uma descrição de cinco estágios discretos pelo qual as pessoas passam ao lidar com a perda, o luto e a tragédia.  Mais que um DramaQueen, é um fato concreto…. mesmo que as vezes emperramos em um único estágio…    Segundo Ross, os estágios nem sempre ocorrem nesta ordem, nem são todos experimentados por todos, mas uma pessoa sempre apresentará pelo menos dois.

Veja como reage a pobre Girafinha,

Primeiro Estágio: negação e isolamento

A Negação e o Isolamento são mecanismos de defesas temporários do Ego contra a dor psíquica diante da morte. A intensidade e duração desses mecanismos de defesa dependem de como a própria pessoa que sofre e as outras pessoas ao seu redor são capazes de lidar com essa dor. Em geral, a Negação e o Isolamento não persistem por muito tempo.

O Impacto inicial da notícia onde pode ocorrer uma paralisação na pessoa e ela não conseguir dar seguimento a pensamentos. Também é comum nessa fase que se tente negar o ocorrido, não acreditando na informação que se está recebendo. A negação é uma defesa temporária, sendo logo substituída por uma aceitação parcial. Também é comum uma transição em falar sobre a realidade do assunto em um momento e de repente negá-la completamente.

Segundo Estágio: raiva

Por causa da raiva, que surge devido à impossibilidade do Ego manter a Negação e o Isolamento, os relacionamentos se tornam problemáticos e todo o ambiente é hostilizado pela revolta de quem sabe que vai morrer. Junto com a raiva, também surgem sentimentos de revolta, inveja e ressentimento.

Nessa fase, a dor psíquica do enfrentamento da morte se manifesta por atitudes agressivas e de revolta; – porque comigo? A revolta pode assumir proporções quase paranóides; “com tanta gente ruim pra morrer porque eu, eu que sempre fiz o bem, sempre trabalhei e fui honesto”…

Transformar a dor psíquica em agressão é, mais ou menos, o que acontece em crianças com depressão. É importante, nesse estágio, haver compreensão dos demais sobre a angústia transformada em raiva na pessoa que sente interrompidas suas atividades de vida pela doença ou pela morte.

Terceiro Estágio: barganha

Havendo deixado de lado a Negação e o Isolamento, “percebendo” que a raiva também não resolveu, a pessoa entra no terceiro estágio; a barganha. A maioria dessas barganhas é feita com Deus e, normalmente, mantidas em segredo.

Como dificilmente a pessoa tem alguma coisa a oferecer a Deus, além de sua vida, e como Este parece estar tomando-a, quer a pessoa queira ou não, as barganhas assumem mais as características de súplicas.

A pessoa implora que Deus aceite sua “oferta” em troca da vida, como por exemplo, sua promessa de uma vida dedicada à igreja, aos pobres, à caridade … Na realidade, a barganha é uma tentativa de adiamento. Nessa fase o paciente se mantém sereno, reflexivo e dócil (não se pode barganhar com Deus, ao mesmo tempo em que se hostiliza pessoas).

Após ter se revoltado, e nada adiantado, passa-se a utilizar inconscientemente outro recurso, tentando fazer algum tipo de acordo que faça com que as coisas se restabeleçam. Geralmente este movimento volta-se para à religiosidade. Ex.: promessas, acordos, pactos, geralmente em segredo.

Quarto Estágio: depressão

A Depressão aparece quando o paciente toma consciência de sua debilidade física, quando já não consegue negar suas condições de doente, quando as perspectivas da morte são claramente sentidas. Evidentemente, trata-se de uma atitude evolutiva; negar não adiantou, agredir e se revoltar também não, fazer barganhas não resolveu. Surge então um sentimento de grande perda. É o sofrimento e a dor psíquica de quem percebe a realidade nua e crua, como ela é realmente, é a consciência plena de que nascemos e morremos sozinhos. Aqui a depressão assume um quadro clínico mais típico e característico; desânimo, desinteresse, apatia, tristeza, choro, etc.

Ocorre um sofrimento profundo, onde já não se pode mais negar os acontecimentos e nem se revoltar contra eles. É a fase de introspecção profunda e necessidade de isolamento.

Quinto Estágio: aceitação

Nesse estágio o paciente já não experimenta o desespero e nem nega sua realidade. Esse é um momento de repouso e serenidade antes da longa viagem.

É claro que interessa, à psiquiatria e à medicina melhorar a qualidade da morte (como sempre tentou fazer em relação à qualidade da vida), que o paciente alcance esse estágio de aceitação em paz, com dignidade e bem estar emocional. Assim ocorrendo, o processo até a morte pôde ser experimentado em clima de serenidade por parte do paciente e, pelo lado dos que ficam, de conforto, compreensão e colaboração para com o paciente.

A Adorável Psicótica, Natália Klein mostra na prática como enfrentamos cada estágio:

** Elizabeth Kubler-Ross, psiquiatra suíça, radicada nos EUA, ficou famosa mundialmente por seus escritos e trabalho com a terminalidade da vida, enfim uma expert em assuntos sobre a morte e o morrer. Em 1969, escreveu o seu livro mais importante e que causou grande impacto na área dos cuidados de saúde, On Death and Dying (Sobre a Morte e o Morrer). Autora de mais de 20 livros, que foram traduzidos em 26 idiomas, foi escolhida pela Time Magazine em 1999 como “um dos 100 mais importantes pensadores do século XX”.

Bipolaridade a muleta da moda

Vamos falar de um comportamento que tem me chamado muito a atenção ultimamente. Mesmo se tratamento de um distúrbio, transtorno, muitas pessoas tem se apegado a ele como um “bichinho de estimação”. É o transtorno bipolar de humor ou afetivo. Muitas pessoas usam a bipolaridade como muleta para justificar outros comportamentos que já conhecemos bem…. quer ver um exemplo:

“Sou bipolar, logo posso te mandar tomar no cu e em seguida  dizer que te amo. E você ainda não tem o direito de ficar bravo, a final, sou bipolar!”

Eu chamo isso de frescura, má educação, falta de apanhar na cara, desrespeito! Mas é chique chamar de “bipolaridade”. Assim como é chique ter problemas psicológicos, ou vai dizer que nunca viu alguém que faz questão de dizer que tem TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo)? Viu como é!

Góllum Eufórico!

Mas foi um personagem da trilogia Senhor dos Anéis que me deu a melhor definição e esclareceu o que realmente é o Transtorno Bipolar. O pequeno Hobbit, que ao encontrar o Anel do Poder, alternava sua identidade entre Gollum e Smeagol! Com direito a mudança de voz, expressão facial e até pronomes….. Despertando no espectador momentos de raiva alternando com compaixão!

A Psicologia define o distúrbio bipolar como uma forma de transtorno de humor caracterizado pela variação extrema do humor entre uma fase maníaca ou hipomaníaca, hiperatividade e grande imaginação, e uma fase de depressão, inibição, lentidão para conceber e realizar ideias, e ansiedade ou tristeza. Juntos estes sintomas são comumente conhecidos como depressão maníaca.

É relativamente comum (mas não tanto), acometendo aproximadamente 8 a cada 100 indivíduos, manifestando-se igualmente em mulheres e homens.  E diferente do que as pessoas pensam, não pode ser “adotado” a bel prazer. O transtorno bipolar do humor tem uma importante característica genética. Ou seja ou você nasce com ele ou adquire como efeito de um trauma.

Um terço dos indivíduos manifestará a doença na adolescência e quase dois terços, até os 19 anos de idade, com

Smeagol Depressivo

muitos casos de mulheres podendo ter início entre os 45 e 50 anos. Raramente começa acima dos 50 anos, e quando isso acontece, é importante investigar outras causas.

Exemplo de como um paciente se sente

…Ele se sente bem, realmente bem…, na verdade quase invencível. Ele se sente como não tendo limites para suas capacidades e energia. Poderia até passar dias sem dormir. Ele está cheio de idéias, planos, conquistas e se sentiria muito frustrado se a incapacidade dos outros não o deixasse ir além. Ele mal consegue acabar de expressar uma idéia e já está falando de outra numa lista interminável de novos assuntos. Em alguns momentos ele se aborrece para valer, não se intimida com qualquer forma de cerceamento ou ameaça, não reconhece qualquer forma de autoridade ou posição superior a sua. Com a mesma rapidez com que se zanga, esquece o ocorrido negativo como se nunca tivesse acontecido nada. As coisas que antes não o interessava mais lhe causam agora prazer; mesmo as pessoas com quem não tinha bom relacionamento são para ele amistosas e bondosas.

Mas no fundo, em menor escala, acho que todo mundo tem um pouco de Smeagol e Gollum…. Muitas vezes somos surpreendidos por nossas próprias reações diante de muitos “Anéis Preciosos” que aparecem na nossa frente! Na verdade isso não tem nada de bipolaridade, mas sim do mal que habita dentro de todos os homens! Cabe a nós reconhecer e controlá-lo e não renomeá-lo e usá-lo como muleta!